terça-feira, 25 de maio de 2010

20% da violência doméstica já atinge os homens‏

Os casos de violência doméstica aumentaram 10% em 2009, relativamente a 2008, segundo os dados divulgados, ontem, quinta-feira, no Relatório Anual de Segurança Interna. Feitas as contas, em Portugal há diariamente 84 casos de violência doméstica.
O RASI, que congrega os dados da segurança das várias forças policiais, informações e protecção civil, tinha sido inicialmente divulgado com dados parciais pelo ministro da Administração Interna, Rui Pereira, coadjuvado pelo secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes, na quarta-feira, mas só ontem, ao fim da tarde, os dados totais foram publicitados.
O relatório reporta uma descida geral da criminalidade da ordem dos 1,2%, mas, em contrapartida, na violência doméstica, os dados reportados pela PSP, GNR e PJ são cada vez mais. Se em 2008 eram 27773, já no ano passado os números subiram para 30571, se bem que em 2007 a subida tenha sido de 26,7%, conforme realça o documento.
Lisboa foi o distrito onde se registaram mais situações, com 7522, seguido do Porto, 6562, Setúbal, 2400, Aveiro, 1929, e Braga, 1635. Mas Setúbal e Braga são os distritos que entram já no grupo onde se verificou um aumento mais importante, com uma subida de 32,7% e 23,1%, respectivamente. Na mesma linha de subida surgem também Évora, de 297 para 387 casos, mais 30%, e Beja, de 224 para 275, mais 22,8%.
No universo das vítimas, 82,6% são mulheres, o que faz com que as agressões que atingem os homens correspondam já a um quinto do total dos casos. Ou seja, uma em cada cinco situações de violência doméstica teve vítimas no masculino. Em 2008, houve 5909 homens a queixar-se, enquanto que em 2009 esse número subiu para 6093. E os agressores são mulheres, que passaram de 3354 em 2008, para 4172 em 2009.
Estes dados acabam por corresponder também à convicção da Associação de Apoio à Vítima de Violência (APAV). "Temos a noção de que há cada vez mais homens a queixar-se de violência doméstica", apontou, ao JN, a propósito, João Lázaro.
No entanto, o responsável da APAV salientou que o crescimento estatístico "pode não significar que haja mais casos". Para João Lázaro, pode, sim, haver uma tendência para a vítima denunciar mais as situações de que é alvo.
Destaca da mesma forma que a legislação cobre agora também mais situações e que, além de pessoas do mesmo sexo, há situações de queixas entre namorados, "o que antes não acontecia". De facto, os dados dos RASI parecem contemplar esta realidade, pois se na maioria dos casos registados os intervenientes têm acima dos 25 anos, houve em 2008, no entanto, 1892 casos envolvendo intervenientes entre os 16 e os 24 anos, número que no ano passado subiu para 2163. João Lázaro reporta também os casos à volta de idosos a queixarem-se de agressões por parte dos filhos.
O aumento das queixas pode estar associado a maior número de campanhas de sensibilização, que levam a mais denúncias. Mas o responsável da APAVV entende, também, que "seria bom ver qual é o percurso que essas queixas seguem" ao longo dos inquéritos policiais e dos processos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Cartazes



Neste último período o nosso trabalho passou pela colocação destes cartazes em escolas, centros de saúde, hospitais e lares por este motivo pedimos desculpa pela nossa ausência deste espaço.
Obrigada por continuarem a visitar o nosso blog!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Comprem!



Fale, Partilhe, Denuncie. Diminua este sofrimento e contribua para a sua erradicação. Exija respeito pelos seus Direitos Humanos.

A Amnistia Internacional - Portugal, em parceria com a women’secret, apresenta a Campanha “A violência doméstica não pode ser um segredo” que visa dar voz a cada mulher afectada por este tipo de violência em Portugal, assim como sensibilizar a população e a sociedade. Para tal foi criada uma colecção de roupa assinada pelo ilustrador André Letria, que se encontra à venda nas lojas da marca e cujas receitas revertem inteiramente para a Amnistia Internacional - Portugal.

Nos últimos anos, a violência sobre as mulheres tem sido um dos temas fulcrais do trabalho da Amnistia Internacional - Portugal. A women’secret, como marca socialmente responsável e solidária, propõe-se agora a participar e apoiar esta causa. Numa iniciativa conjunta, que visa acabar com o silêncio, promover a denúncia e terminar com as situações de sofrimento silencioso, as duas entidades lançam uma colecção-chave, muito feminina e sem segredos.



terça-feira, 9 de março de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010

Matou ex-marido com taco de golfe e ficou livre

2010-02-17
Uma mulher de 57 anos matou ontem, o ex-marido de 62 anos, em Olhos d'Água, Albufeira no Algarve, após uma cena de violência entre ambos. O episódio ocorreu pelas seis da manhã e terminou com um golpe com um taco de golfe na cabeça do homem, que faleceu quase de imediato.
De acordo com fonte da GNR, a pancada fatal foi desferida na sequência de uma primeira agressão sofrida pela mulher com o mesmo taco de golfe. Esta estava em casa quando recebeu a visita do ex-marido, para mais uma discussão. O indivíduo, canalizador e ex-emigrante na Suíça, entrou na residência que fica num rés-do-chão através de uma varanda, num edifício denominado "Aqua Plaza".
O casal era conhecido das autoridades locais por causa de um longo historial de violência doméstica, com ofensas à integridade física e queixas-crime de parte a parte. Tinham consumado o divórcio há cerca de seis meses, altura em que o homem foi viver para uma garagem em local próximo da antiga morada de família, onde continuou a residir a mulher.
Desconhece-se se o ex-marido trouxe o taco de golfe ou se aquele objecto estava naquela residência. Certo, porém, é que foram os vizinhos que denunciaram a situação à GNR, após ouvirem gritos. A intervenção das autoridades não aconteceu a tempo de evitar a morte.
Após ter sido agredida com o taco, a mulher conseguiu tirá-lo das mãos do ex-marido e desferiu-lhe a pancada fatal na cabeça. Após a morte, foi levada ao centro de saúde, a fim de receber tratamento aos ferimentos sofridos.
Depois foi interrogada por um procurador do Ministério Público, que decidiu deixar a mulher em liberdade e não propor a aplicação de medidas de coacção. Presumivelmente, por entender tratar-se de um cenário de legítima defesa. A investigação segue a cargo da PJ.